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Ensinamentos da News Product Alliance Summit 2022 sobre “user needs”: passos fundamentais a seguir antes de ter uma ideia
Olá! Tudo bem? 👋
Muito feliz de publicar mais uma newsletter! Na última edição, comentei sobre o NPA Summit 2022, que aconteceria nos dias 10 e 11 de março e em que eu estaria trabalhando como voluntária. Além disso, entrei no canal do Slack da NPA para manter-me atualizada sobre as discussões do ramo.
Entretanto, se você não pode participar este ano, não se preocupe que eu te trago os principais pontos discutidos nas sessões. As discussões serão divididas em quatro edições da Methodo.lab: descobrimento, desenvolvimento, lançamento e carreira como product manager, simplesmente porque há muito o que compartilhar!
Neste número, vamos ao básico, à fase de descobrir um produto. Como pensar um produto que seja relevante para o futuro? Como descobrir as necessidades dos usuários? Quais passos seguir antes de ter uma ideia de produto? Vem comigo!
📑 O que vamos encontrar aqui:
Passos a seguir antes de ter uma ideia de produto
“Future thinking” para criar os produtos de notícias de 2035
Testando ideias
Modelos de ‘user needs’ para sites de conteúdo
#methodo.box: mais recursos para se aprofundar no assunto
💡 Passos a seguir antes de ter uma ideia de produto
Entre frameworks, testes e user research, a principal etapa antes da ideia é entender as necessidades dos seus usuários
“Future thinking” para criar os produtos de notícias de 2035
⏳ Tempo de leitura: 4 min 45 seg
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- O que é "future thinking"? Trata-se de uma disciplina que usa do pensamento divergente para criar as mais diversas possibilidades de respostas e conhecimento.
- Para fazer este exercício de prever os produtos do futuro, é necessário entender quais as tendências que podem moldar o futuro.#1 Mídia sintética e crime internacional sofisticado; #2 VR, AR, MR/ Comunicação digital; #3 Experiência centrada em monetização; #4 Falta de público crítico e sem alfabetização midiática.
- Future Wheel: método muito usado por futuristas para identificar as consequências de tendências
Primeiro, o que é “future thinking”? Trata-se de uma disciplina que usa do pensamento divergente para criar as mais diversas possibilidades de respostas e conhecimento. Nesta sessão facilitada por Mercedes Baltazar, Managing partner de Meraki, Mexico, e Stephen Harding, Senior Product Manager de Gannett, foi discutido como seriam os produtos noticiosos do futuro.
Vivemos um período de mudanças de hábitos, regulações e estratégias de negócios. Para fazer este exercício de prever os produtos do futuro, é necessário entender quais as tendências que podem moldar o futuro.
#1 Mídia sintética e crime internacional sofisticado: O conteúdo gerado por IA pode revolucionar o ecossistema midiático, mas também pode ser utilizado por maus atores para propósitos nefastos
#2 XR/Comunicação digital: Realidade estendida (VR, AR, MR, etc) tem potencial para mudar como as pessoas interagem com outro digitalmente e redefinir mídias sociais.
#3 Experiência centrada em monetização: A fronteira entre editorial e o conteúdo comercial desapareceu. Cada experiência de notícias é criada para ser rentabilizado. Quem puder pagar, pode ser notícia.
#4 Falta de público crítico e sem alfabetização midiática: audiência tendenciosa, que só engaja com conteúdo hiper personalizado, alinhado às suas crenças, desconfia da mídia e evita ser informado se não se sentir bem.
🎡 Future Wheel
A Future Wheel é um método muito usado por futuristas para identificar as consequências de tendências, eventos, temas emergentes e possíveis decisões futuras, e assim identificar oportunidades de novos mercados, produtos e serviços.
Como funciona: você elege a tendência, decisão ou evento principal que o coloca no meio. Logo, pensa as consequências diretas do evento principal e as coloca nos círculos de “direct result”. Por fim, identifica as consequências indiretas, ou seja, os resultados das consequências diretas. Veja que para cada resultado indireto há uma conexão com dois resultados diretos, isso serve para você pensar na relação entre as consequências diretas.
A partir desta análise, você pode pensar o que se pode fazer para aumentar ou diminuir as probabilidades de cada evento principal acontecer.
📌 No site do Future Institute, você encontrará outros frameworks explicados para trabalhar exercícios de identificar tendências.
Testando ideias
⏳ Tempo de leitura: 2 min 40 seg
Leitura rápida 💬
- Por isso, a importância que product managers dão às necessidades dos usuários na hora de criar ou aprimorar produtos.
- O "The Really Good Idea Test" é um livro da autora Julia Shalet que ensina 7 passos para verificar se a sua ideia é realmente boa.
Uma grande ideia pode ser apenas uma grande ideia na cabeça de quem a pensou quando ela não possui efeito prático e não agrega valor ao usuário. Por isso, a importância que product managers dão às necessidades dos usuários na hora de criar ou aprimorar produtos. Seja o método que você siga, é sempre importante ter feedback de quem usa o seu produto. Na sessão chamada “O que profissionais de engajamento e os pesquisadores de usuários podem aprender uns com os outros?”, Dmitry Shishkin compartilha as suas ideias sobre user research.
Antes de ter uma ideia, é preciso saber qual a sua função, e a sua função precisa agregar valor aos usuários, e para agregar valor tem que estar relacionado com alguma necessidade dele. Se saltarmos esta etapa criamos produtos que não chegam a sua audiência ou simplesmente não lhes é relevante.
Mas, talvez você tenha uma ideia e queira testá-la. Sem problemas, para isso existe um teste. O “The Really Good Idea Test” é um livro da autora Julia Shalet que ensina 7 passos para verificar se a sua ideia é realmente boa.
Escrever a hipótese
Identificar riscos
Criar perguntas
Procurar usuários para entrevistar (com critérios)
Medir resultados e público-alvo
Conduzir entrevistas (de preferência, presenciais)
Analisar e decidir
Modelos de ‘user needs’ para sites de conteúdo
⏳ Tempo de leitura: 6 min 30 seg
Leitura rápida 💬
- Ao invés de criar uma persona, há quem prefira basear-se no modelo de necessidade de usuários (ou do inglês user needs).
- Dmitri Shishkin era editor de audiências da BBC World e foi ali que, através de uma pesquisa com usuários, descobriu o modelo de 'user needs' da BBC.
- Esta dividido em seis categorias: Update me, keep me on trend, inspire me, amuse me, educate me, give me perspective.
- Reformular uma frase a partir do ponto de vista do usuário. Ficaria o seguinte:(usuário) precisa de um jeito para (necessidade) porque (explicação ou insight relevante).
Por muito tempo utilizou-se do recurso de criar uma persona para quem se dirige o seu produto ou serviço. Entretanto, nesta sessão foi discutido como esta ferramenta pode levar a estereótipos, ser reducionista, estar desconectada com dados reais e ser até tendenciosa.
Ao invés de criar uma persona, há quem prefira basear-se no modelo de necessidade de usuários (ou do inglês user needs).
Dmitri Shishkin era editor de audiências da BBC World e foi ali que, através de uma pesquisa com usuários, descobriu o modelo de ‘user needs’ da BBC. Ao todo, são seis principais necessidades que a sua equipe identificou. Neste artigo (em inglês), você pode ler em detalhe cada uma delas.
UPDATE ME: esta categoria é o que já estamos acostumados a escrever: as notícias relatadas a partir das perguntas básicas dô que, como, onde, quando.
KEEP ME ON TREND: esta categoria está muito relacionada ao que está de moda nas redes sociais. Em geral, as pessoas querem saber o que se anda dizendo sobre o assunto.
GIVE ME PERSPECTIVE: estes conteúdos oferecem opiniões de analistas e expertos sobre o tema, a fim do leitor criar as suas próprias conclusões.
EDUCATE ME: são conteúdos que ensinam o básico sobre determinado assunto, principalmente quando são temas complexos.
INSPIRE ME: estes são artigos que inspiram os leitores, desenhados para repercutirem de forma positiva.
DIVERT ME: como podem imaginar, estes são conteúdos focados em entretenimento, diversão e curiosidades.
📌 Mais sobre ‘user needs’ com Dmitry Shishkin neste artigo.
Existem outros modelos de veículos diversos, que eu tive um pouco de dificuldade de achar, mas, recentemente o The Atlantic publicou a sua estratégia de conteúdo baseada nas necessidades de usuários.
Você pode pensar: muito legal tudo isso, mas, como aplicar um modelo de “user needs”? Seguindo estes passos:
Identificar as necessidades dos usuários: o modelo deve vir da audiência e não dos editores;
Apoiar a mudança de cultura interna: para aplicar o novo modelo é preciso tempo e acordos internos;
Iterações e otimizações: uma vez aplicado, é importante adaptar o sistema de análise de dados.
Existem diferentes métodos de pesquisa com audiência como os focus groups, pesquisa por formulários ou mesmo utilizando dados de pesquisas de mercado.
Além destes recursos, uma ferramenta muito simples é apenas reformular uma frase a partir do ponto de vista do usuário. Ficaria o seguinte:
(usuário) precisa de um jeito para (necessidade) porque (explicação ou insight relevante)
Dessa forma, a necessidade do usuário ficará clara para todos os envolvidos no desenvolvimento do produto.
Em #MethodoBox eu indico artigos, cursos, eventos, estudos e ferramentas que achei interessantes enquanto navegava pela internet. Hoje, vamos focar nos temas desta edição: pesquisa de usuários, ‘user needs’ e a cobertura da guerra na Ucrânica.
📖 Para ler
Todos devemos ser pensadores de produtos de notícias (inglês) - TLDR
Você nunca deve ouvir o feedback do usuário? (inglês) - Medium Jessica Tenuta
Axios quer que leiamos tudo em bullet points (inglês) - The New York Times
Principal obstáculo do jornalismo hoje: a indiferença do público (português) - Ijnet
Realização de pesquisa de público-alvo (inglês) - The Membership Puzzle
Apresentando o modelo de necessidades de notícias para sua redação (inglês) - smartocto
'Necessidades acionáveis do usuário' tornam redações mais eficientes (inglês) - Journalism.co.uk
👀 Para participar
Jornalismo Investigativo: Segurança e Proteção – um Programa de Treinamento Gratuito (inglês) - Gijn
GNI Digital Growth Program: Product workshops (inglês) - Google News Initiative
Repensando a Liderança e o Futuro da Mídia (inglês) - Luma
SEMBRAMEX 2022: aceleradora de sostenibilidad para medios que cubren la frontera entre México e Estados Unidos (español) - Sembramedia
Jornalismo empreendedor: Como monetizar e promover meios digitais sustentáveis (português e espanhol) - Knight Center for Journalism in the Americas
Simpósio Internacional de Jornalismo Online (inglês): de forma híbrida, presencial em Austin, Texas, e online, o ISOJ acontece nos dias 1 e 2 de abril, com foco na transição para o digital e situações afins no campo do jornalismo
📝 Para estudar
Superando a indiferença: o que as atitudes em relação às notícias nos dizem sobre a construção da confiança (inglês, português e espanhol) - Reuters Institute
Entendendo seu público (inglês) - Google News Initiative
News Consumer Insights Playbook (inglês) - Google News Initiative
Criando uma redação engajada: A Toolkit (inglês) - Freepress
Sobre o que os leitores de notícias realmente querem ler? Como a relevância funciona para o público de notícias (inglês) - Reuters Institute
Kit Produto: um guia prático sobre estratégia de produto para meios jornalísticos (inglês) - News Product Alliance
🇺🇦 Reportando Ucrânia
Como é para jornalistas ucranianos relatar a guerra em seu país (inglês) - TIME
“Uma era das trevas da informação”: a nova lei de “notícias falsas” da Rússia proibiu a maioria do jornalismo independente (inglês) - Nieman Lab
Últimos vestígios da liberdade de imprensa da Rússia caem sob pressão do Kremlin (inglês) - The New York Times
Top 10 do jornalismo de dados: protesto contra a guerra, sanções russas, mapeamento de refugiados e dicas do NICAR (inglês) - Gijn
🗃️ Gaveta da bagunça
Resumo das notícias: atualizações de fevereiro da Iniciativa Google Notícias (inglês)
Gather (inglês) - plataforma para jornalistas e profissionais de engajamento
O que achou desta edição? Como perceberam, o feedback dos leitores é muito importante para a melhora dos produtos e serviços,e eu terei muito prazer em receber o seu comentário e te responder. Portanto, deixe o seu comentário!
📧 Também existe a versão em espanhol da Methodo.lab, se prefere recebê-la neste idioma ou conhece alguém que poderia gostar do conteúdo.
Por hoje é tudo!
Obrigada por ler até aqui.
Abraços,
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